Em entrevista por telefone ao G1, Michel Teló fala de carreira internacional e das novas cartadas. Depois dos hits "para curtir na balada", a ideia é fazer sertanejo de raiz, ainda em 2012. "É um desejo que tenho há muito tempo. Dei prioridade para a carreira, para acompanhar o momento. Esse outro projeto é algo de satisfação pessoal, feito com muito carinho".
Confira a entrevista.
G1 - Até que ponto importar músicas de outros gêneros desvirtua o sertanejo?
Michel Teló - A música tem que ter o batidão do sertanejo, a levada do baixo, os violões, a sanfona. O jeito de cantar também acaba influenciando. Isso acaba dando a característica do sertanejo. Temos que refazer várias vezes o arranjo para acertar. Mexemos algumas vezes em "Fugidinha".
G1 - Mas você ainda acredita que seu repertório é de música sertaneja?
Michel Teló - O sertanejo tem várias vertentes, né? Tem o da baladinha, o romântico, o da galera que gosta de dançar e "festar". Por isso está em um momento tão forte, são várias as verdades. Faz parte da evolução.
G1 - 'Humilde residência' vai mais pelo samba rock, lembra Seu Jorge...
Michel Teló - É de uns compositores do interior de São Paulo, quem me mostrou foi o Dudu Borges [produtor]. Ele conhece o meu estilo, crescemos juntos musicalmente falando. Ela tinha essa levadinha. Nosso desafio é achar o meio termo: colocar a sanfona, ter os elementos da música sertaneja. Temos que transformar as músicas. Decidimos ter um pouco do samba rock. Fazemos essas loucuras com alegria, curtindo, para a galera curtir também.
G1 - 'Eu te amo e open bar' parece ter influência da dance music, especialmente a romena, como 'Stereo love'. É algo que você ouve?
Michel Teló - Eu curto dance music, muito. Essa é uma viagem do disco. É um desafio, uma coisa diferente. Tem pegada eletrônica. Nunca tinha feito isso. É uma brincadeira. Temos essa liberdade de brincar. Quem sabe a gente consegue a participação de um cara forte lá de fora? Poderia virar sucesso internacional. Eu fiz pensando nisso, cara. [risos]
G1 - Tem gente que reclama que a letra é muito curta...
Michel Teló - A letra [o verso "tudo que eu quero ouvir: eu te amo e open bar" é repetido várias vezes] define esse novo momento. O meu irmão [o empresário Teófilo Teló, 34 anos] veio com a ideia. Achei espetacular a frase. Poderíamos ter colocado mais letra, mas não quis. Eu quis fazer um som meio house, sem muita letra. É um refrãozinho para a galera curtir. Não é música para ouvir no dia a dia, na rádio. Não tem nada de romântico, é para curtir na balada.
G1 - Você gosta do termo 'housenejo'?
Michel Teló - [risos] Eu acho engraçado falar em housenejo. Cada um no seu quadrado, a gente humildemente fez uma música para curtir, para se divertir. Não somos DJs, não somos da música eletrônica. O clipe é todo mundo curtindo.
G1 - O sertanejo de balada é um estilo que vai durar nas paradas?
Michel Teló - O que trouxe a galera foi o movimento. Todos os artistas estão fazendo o som com um papo bem moderno. A turma acaba indo para as baladas. Você está solteiro, quer ir em um lugar bacana onde está cheio. Começam os comentários: "fui em uma baladinha, estava demais". A balada sertaneja é boa para a turma da pegação. O rock já teve um momento forte, o axé teve uma explosão. O futuro não dá para saber. Sempre vou querer fazer música para a galera curtir. Vai que surge outro estilo e o pessoal do rock acaba se reinventando. Eu acredito que isso é para sempre. Faz parte da cultura.
G1- Após 'Na balada', você vai gravar sertanejos de raiz. Por quê?
Michel Teló - No fim das contas, quando estou com a família só cantamos modões antigos. É um desejo que tenho há muito tempo. Dei prioridade para a carreira, para acompanhar o momento. Esse outro projeto é algo de satisfação pessoal, com carinho. Quero estar com ícones do sertajeno. Vai ser corrido, mas quero gravar em 2012.
G1 - Como foi descobrir que jogadores estavam dançando 'Ai se eu te pego'?
Michel Teló - A música virou um hit internacional. É a mais tocada nas rádios da Espanha, é a música mais baixada na Itália. Eu olho as paradas e falo: "que loucura, a que ponto isso chegou". O Cristiano Ronaldo dançou e minha vida mundou. [risos] Você tem que saber gravar a música certa, na hora certa, no momento certo, com a coreografia certa e o arranjo certo. Estamos sempre ligados.
G1 - Quantos shows você fez em 2011?
Michel Teló - Este ano vamos completar 220 shows. Eu tenho 18 anos de carreira, comecei em bailes aos 12. É cansativo, muita viagem e eu não vou ter férias não. Ia ter, mas marcamos turnê na Europa e nos EUA. Vamos preparar um show especial. Estou viajando com um professor de espanhol na turnê. Vamos cantar uns sucessos em espanhol de lá, devo fazer "Ai se eu te pego" em inglês. O pessoal lá de fora pediu. Estamos fechando um contrato com uma gravadora, para fazer um trabalho lá fora.
Fonte G1.com
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